domingo, 22 de março de 2009

Miguel Falabella

Finda a maratona que é escrever uma telenovela, corro atrás do prejuízo e tento colocar a vida em dia, vendo tudo aquilo que todo mundo já viu, comentou, guardou ou esqueceu. De modo que vou chover no molhado, mas não posso evitar, já que, tal qual a Carolina do Chico, o tempo passou na janela e, aparentemente, só eu não vi.

É curioso como todos nós aprendemos cedo sobre a intolerância. Geralmente sussurrada nos corredores, uma palavra encharcada de raiva, um olho assustado logo acima. Todos nós aprendemos a intolerância muito antes de falar. Vem junto com os anticorpos. A Guerra da Laranja é, entretanto, um bom exemplo de como lidar com ela, porque a sociedade de consumo caminhou apressadamente para um beco sem saída e nosso mundo globalizado, que nós acreditávamos seria de maior entendimento, cada vez mais nos afasta e segrega.
Todos nós, independentemente de credos, opções sexuais e raça, queremos esperança e já percebemos que ela não vai simplesmente pousar nas almas. Esperança conquista-se. E é a palavra redescoberta que vai nos fazer acreditar, enfim, que o amanhã será melhor amanhã.

Miguel Falabella é ator, diretor, dramaturgo e autor de novelas

Nenhum comentário:

Postar um comentário